A Organização das Nações Unidas divulgou nesta segunda-feira o primeiro rascunho de um texto em negociação para a importante conferência sobre o clima marcada para dezembro em Paris. O documento é um passo adiante para as conversas, reduzindo as mais de 90 páginas antes em discussão para apenas 20.

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Negociadores de 195 países devem se reunir para uma nova rodada de conversas em Bonn, na Alemanha, entre 19 e 23 de outubro. Um grande número de propostas do texto está entre parênteses, o que significa que ainda precisa de negociações. O texto inclui uma meta de longo prazo para redução das emissões de gases causadores do efeito estufa, mas detalhes e o prazo permanecem em aberto.

A conferência climática em Paris buscará fechar um ambicioso acordo para impedir que as temperaturas pelo mundo avancem para além de 2º Celsius, na comparação com o período anterior à era industrial. O financiamento é considerado um elemento crucial para um acordo, com países pobres esperando alguma assistência dos mais ricos, para ajudá-los a reduzir emissões enquanto desenvolvem suas economias.

O documento diz que o financiamento poderia ser superior aos US$ 100 bilhões ao ano já prometidos até 2020, vindo tanto do setor público quanto de fontes privadas. O acordo potencial reflete “responsabilidades comuns, mas diferenciadas e capacidades respectivas, à luz de diferentes circunstâncias nacionais”. O texto também prevê a revisão de metas nacionais para o clima no futuro. Países terão de comunicar suas metas de emissão a cada cinco anos, processo visto como crucial para a implementação de um acordo.

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Grupos pelo meio ambiente que monitoram as negociações tiveram avaliações distintas sobre o rascunho. Jennifer Morgan, do World Resources Institute, disse que ele serviria como um ponto de partida útil para a busca de um acordo em Paris. Outras entidades, porém, afirmaram que o documento não captura o momento das ações sobre o clima fora das negociações, com nações, cidades e corporações adotando medidas para reduzir as emissões e ajudar as pessoas nos países mais pobres a lidar com as consequências do aquecimento global. O Greenpeace disse que as opções para um acordo de longo prazo não eram ambiciosas o suficiente e excluíam a demanda do grupo por uma transição para energia 100% renovável por volta de meados do século. Fonte: Associated Press.