O tratamento de esgoto para a reutilização em processos de irrigação agrícola pode se tornar uma fonte de recursos e, ao mesmo tempo, beneficiar a agricultura, o meio ambiente e a saúde humana. Essa é a aposta dos autores do relatório Água Doente, do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), lançado ontem no Rio de Janeiro e em Nairóbi, no Quênia, durante a celebração do Dia Mundial da Água.

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“Esse estudo é uma compilação de dados de diversos órgãos das Nações Unidas. A novidade é a maneira como cruzamos as informações para formular um projeto de gestão de resíduos”, disse o organizador Christian Nellemann, do Pnuma. Segundo os autores, se fossem destinados ao reúso de água apenas 25% dos recursos investidos em tratamento, o abastecimento das cidades poderia aumentar dez vezes.

A ideia é que os 2 milhões de toneladas de resíduos sólidos produzidos todos os dias passem por tratamento para serem reutilizados na fertilização e irrigação de culturas agrícolas. Esses resíduos, despejados diretamente em rios, lagos e mares, formam uma massa de 2 bilhões de toneladas de água poluída.

Um documento recente da ONU analisa que cada dólar investido em programas desse tipo pode ter retorno financeiro de até US$ 34, dependendo da região e da tecnologia empregada. “A poluição das fontes de água requer que as cidades gastem hoje muito mais dinheiro em etapas adicionais no tratamento para garantir a qualidade”, reforça Anna Tibajuka, diretora executiva do Programa das Nações Unidas para Habitação.

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