O presidente da Autoridade Palestina (AP), Mahmud Abbas, aderiu à posição de Israel e dos Estados Unidos na esperança de ver o fim do regime do Hamas e de recuperar seu poder na Faixa de Gaza, mas terá de voltar atrás, pressionado pela população. Esta é a opinião do sociólogo palestino Nasser Ibrahim, que vive em Belém, na Cisjordânia.
“Abbas apostou no apoio tácito a Israel. Mas, com isso, passou a enfrentar muitas críticas, pois a população palestina está a favor da resistência do Hamas”, disse Ibrahim ao Estado.
Desde o início da ofensiva israelense contra o Hamas, na Faixa de Gaza, no sábado, Abbas vem emitindo sinais contraditórios. Ele condenou os ataques aéreos como atos “criminosos”, mas culpou o Hamas por provocar Israel rompendo o cessar-fogo ao disparar centenas de foguetes Kassam contra alvos israelenses.
O presidente palestino afirma que o grupo teve tempo suficiente para aderir ao processo de paz com Israel, mas preferiu usar a violência. Dizendo isso, Abbas correu o risco de desapontar centenas de palestinos que estavam sob fogo cerrado de Israel. Para a maioria da população, os israelenses são os únicos culpados pelo rompimento da trégua, não o Hamas.


