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Ocidente e Rússia se confrontam na eleição da pequena Montenegro

Montenegrinos votavam neste domingo em uma eleição parlamentar que poderia determinar se o pequeno Estado balcânico continua em seu curso ocidental ou se volta a seu tradicional aliado, a Rússia. O país de 650 mil pessoas, espremido entre o mar Adriático e as montanhas, está profundamente dividido entre aqueles que são a favor e os que se opõem à integração com o Ocidente. Pesquisas pré-eleitorais previram a corrida mais disputada desde que Montenegro ganhou a independência da Sérvia, uma década atrás.

O resultado das urnas pode colocar em risco a ampliação da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e a União Europeia no sudeste da Europa e pode ser decisivo na tentativa do Kremlin para recuperar a influência na região estratégica Bálcãs.

A eleição opôs o Partido Democrata dos Socialistas, liderado pelo primeiro-ministro Milo Djukanovic, e um conjunto de grupos de oposição pró-russos e pró-sérvios que firmemente se opõem às políticas pró-ocidentais do governo.

Antes da votação, Djukanovic disse que a eleição para os 81 lugares do Parlamento irá decidir se Montenegro continua em sua rota ocidental ou se volta a ser “uma colônia russa”. Neste domingo, ele disse esperar ganhar e manter conversações sobre uma nova coalizão. “Minha expectativa é que, após esta eleição, Montenegro vai se mover de forma constante e dinâmica em direção a suas metas europeias e euro-atlânticas”, disse.

Os líderes da oposição acusam Djukanovic de corrupção, nepotismo e má gestão econômica e dizem que ele está tentando assustar os eleitores, sugerindo que

caos irá prevalecer se ele perder. “O único caos será dentro do gabinete de Djukanovic”, disse o líder da Frente Democrática, Andrija Mandic, após votar, neste domingo. “Eu não tenho nenhuma dúvida de que a oposição vai mostrar a sua força e que a Frente Democrática se tornará a estrutura do futuro governo de Montenegro”, disse.

Predominantemente cristã ortodoxa como a Rússia, Montenegro foi aliada histórica de Moscou. Mas depois de se separar da Sérvia em um referendo de 2006, Montenegro teve uma forte virada para integrações ocidentais.

A Rússia se opõe fortemente à expansão da Otan nos países ex-comunistas que considera parte de seus “interesses estratégicos”. Desconfiado da influência russa na região ainda volátil, que estava envolta em guerras civis na década de 1990, o Ocidente quer Montenegro no âmbito da Otan, que convidou o país a se associar.

Fonte: Associated Press

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