Obama pode manter nomes do governo Bush, diz jornal

Eleito com a promessa de mudar Washington, Barack Obama deverá trabalhar com pelo menos três nomes indicados pelo atual presidente, George W. Bush. De acordo com o jornal Washington Post, Obama deve manter em sua equipe, pelo menos no primeiro ano de mandato, Ben Bernanke, presidente do FED (Banco Central americano), Michael Mullen, chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, e Robert Mueller, diretor do FBI (polícia federal).

“É um desafio, mas que pode ser superado”, disse William Galston, conselheiro do ex-presidente Bill Clinton e analista do Brookings Institution. “Bernanke, Mullen e Mueller parecem ser políticos de espírito genuinamente público e não partidários.”

A manutenção de nomes ligados ao governo Bush não parece ser um problema para Obama, que tem se esforçado para montar uma equipe apartidária. Segundo o Washington Post, fontes ligadas ao presidente eleito não descartam a possibilidade de que ele mantenha até mesmo Robert Gates, atual secretário de Defesa dos EUA.

Diante da crise econômica e da turbulência que o novo governo enfrentará, Bernanke será uma das principais figuras da política econômica de Obama. Ele permaneceria no cargo até 2010 e atuaria diretamente com o secretário do Tesouro – Lawrence Summers e Timothy Geithner, ambos amigos de Bernanke, são os favoritos para assumir o cargo.

Medidas

Apesar do clima cordial ontem no primeiro encontro entre o presidente Bush e Obama, o democrata já deixou claro que planeja reverter 200 ações administrativas adotadas por seu antecessor. Para isso, a equipe de transição de Obama formulou uma lista de políticas do atual governo sobre temas como saúde pública, energia e meio ambiente.

O presidente eleito indicou, por exemplo, que acabará com as restrições no financiamento federal a pesquisas com células-tronco embrionárias. A medida foi adotada no primeiro ano do governo Bush, em 2001, sob pressão de sua base eleitoral religiosa. Obama também promete que instituições de planejamento familiar que recebem dinheiro público poderão novamente recomendar o aborto. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.