Obama pede ousadia ao congresso contra desemprego

O presidente eleito dos Estados Unidos, Barack Obama, reconheceu neste sábado (22) que são cada vez maiores as evidências de que os EUA estão diante de uma “crise econômica de proporções históricas”. Ele citou a turbulência em Wall Street, a queda na venda de imóveis novos, o aumento no número de pedidos de auxílio-desemprego e a ameaça de deflação.

Obama elogiou o Congresso por aprovar esta semana novos benefícios aos desempregados, mas lembrou que novas medidas precisarão ser tomadas para restabelecer o emprego e recuperar a economia. “Se não agirmos rapidamente e com ousadia, a maioria dos especialistas acredita que poderemos perder milhões de empregos no ano que vem”, afirmou.

Ele alertou, no entanto, que não existem “soluções imediatas ou fáceis para a crise, que estava em formação há muitos anos e que provavelmente piorará antes de melhorar”. Mas o dia de sua posse, disse Obama, será “uma oportunidade de recomeçarmos de uma nova maneira”.

Neste sábado, Obama pediu a seus assessores a elaboração de um plano de recuperação econômica, que preveja a criação de 2,5 milhões de novos empregos no país nos próximos dois anos. “Nós trabalharemos nos detalhes nas próximas semanas, mas será um esforço nacional de dois anos para reativar a criação de empregos na América e estabelecer a base de uma economia forte e em crescimento”, disse Obama, em seu programa semanal de rádio. Segundo Obama, a previsão é que o volume de novos empregos citado acima seja atingido até janeiro de 2011.

O plano faz parte de uma estratégia para a construção de novas estradas e pontes, modernização das escolas, e desenvolvimento de fontes alternativas de energia, além de carros mais eficientes, disse Obama. “Não são apenas medidas para nos tirar da crise; são investimentos de longo prazo em nosso futuro econômico, que já foram ignorados por tempo demais”, afirmou.

Obama disse esperar conseguir a aprovação do plano no Congresso americano logo após sua posse, em 20 de janeiro. Ele classificou a proposta de “grande o suficiente para enfrentar os desafios” que se impõem aos EUA. A economia americana foi fortemente abalada por uma crise tríplice nos setores de habitação, de crédito e financeiro, e analistas prevêem que as dificuldades dos EUA continuarão por boa parte de 2009.