Obama manterá secretário de Defesa de Bush, diz jornal

A ABC News e o jornal The Politico informaram ontem que o atual secretário de Defesa, Robert Gates, concordou em permanecer no cargo por pelo menos um ano no governo de Barack Obama. De acordo com a imprensa americana, o presidente eleito pretende anunciar sua equipe de segurança nacional no início da semana que vem, incluindo a senadora Hillary Clinton como secretária de Estado; James Steinberg, número 2 no Conselho de Segurança Nacional no governo Bill Clinton, como subsecretário de Estado; e o almirante Jim Jones, ex-comandante da Otan na Europa, como conselheiro de Segurança Nacional.

A opção pela permanência de Gates seria o cumprimento da promessa de formar um gabinete bipartidário e dá mais força para os planos de Obama de retirar os soldados americanos do Iraque, agora sob a supervisão de um dos arquitetos do conflito e alguém ligado ao presidente George W. Bush.

Os rumores da permanência de Gates surgiram no início das especulações sobre a formação do gabinete. Fontes ligadas a Obama e ao atual secretário de Defesa disseram que os dois passaram as últimas semanas negociando os futuros poderes de Gates e definindo como o Pentágono deverá ser administrado de agora em diante.

Obama também anunciou que adotará um plano minucioso de corte de gastos do governo, com a eliminação de programas desnecessários, o que poderia incluir alguns subsídios agrícolas, ao mesmo tempo em que colocará em prática o pacote de estímulo econômico, que pode chegar a US$ 700 bilhões. Apesar da referência, Obama não detalhou sua proposta nem deixou claro se promoveria cortes significativos de subsídios agrícolas, que consomem entre US$ 7 bilhões e US$ 9 bilhões por ano.

Ao anunciar seu diretor do Escritório de Orçamento e Administração, Peter Orszag, ele enfatizou os sacrifícios que os americanos terão de fazer durante a crise. “Se quisermos realizar os investimentos que precisamos, teremos de cortar os gastos que não são necessários”, disse. “Nesses tempos difíceis, em que encaramos déficit em alta e economia em baixa, reforma orçamentária não é uma opção, é um imperativo. Não podemos manter um sistema que sangra bilhões de dólares dos contribuintes em programas que não são mais úteis ou existem apenas por causa do poder de políticos e lobistas.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.