Obama diz que visita a Mianmar não é apoio

O presidente dos EUA, Barack Obama, afirmou ontem que sua visita a Mianmar é um reconhecimento da transição democrática em curso, não um apoio ao governo do país. Obama chega hoje a Mianmar e será o primeiro presidente americano em exercício a visitar o país.

“Ninguém tem a ilusão de que Mianmar chegou aonde deveria”, disse Obama, em entrevista na Tailândia. “Mas eu não acho que os EUA devam ficar de fora e não sujar as mãos, quando há a chance de encorajar os melhores impulsos dentro do país. Trata-se de um reconhecimento de que existe um processo em curso no país.”

Ativistas de direitos humanos consideram a visita prematura, porque as reformas no país ainda não foram consolidadas. Mas a Casa Branca disse que irá pressionar o presidente Thein Sein a agir de forma mais enérgica em relação à violência étnica e às violações a direitos humanos.

Ontem, o presidente Sein anunciou mais uma anistia de prisioneiros, que serão soltos hoje. Ele libertará 66 prisioneiros, mas não ficou claro se há presos políticos entre eles. É a segunda anistia em uma semana -na primeira, em que 452 foram soltos, só havia presos comuns e o governo foi criticado.

A nação era tratada como pária por líderes ocidentais e a visita de Obama é vista como um marco.

O novo governo, reformista, tem sido elogiado por suas medidas democráticas e afirmou que um de seus principais objetivos é a libertação de prisioneiros encarcerados pela junta militar que comandava o país.

A junta prendeu mais de 2.000 críticos do regime. Por causa das medidas de abertura do novo governo, várias nações ocidentais, entre elas os EUA, aliviaram as sanções contra Mianmar.

Obama vai se reunir com o presidente Sein e com a líder da oposição, Aung San Suu Kyi, vencedora do prêmio Nobel da paz. O giro asiático de Obama começou pela Tailândia, passa por Mianmar e segue para o Camboja.

Lá, ele vai encontrar líderes regionais e consolidar sua estratégia de focar a política externa na Ásia e contrabalançar a China na região. Na Tailândia, Obama chegou a pedir a um monge budista que rezasse pela resolução do chamado “abismo fiscal”, uma série de aumentos de impostos e cortes de gastos que podem levar os EUA de volta para a recessão caso o Congresso não chegue a uma solução.

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