Número de vítimas em confronto tribal sobe para 46

Pelo menos 46 pessoas morreram na última sexta-feira em novos confrontos no sudeste do Quênia entre as tribos Pokomo e Orma, que se disputam os recursos naturais da região, informou neste domingo a Cruz Vermelha do país africano.

Anteriormente, a Cruz Vermelha havia confirmado 41 mortes. No entanto, como alguns dos 35 feridos vieram a falecer, a entidade emitiu um comunicado hoje para atualizar o número de vitimas do confronto.

O fato ocorreu na manhã de sexta, quando invasores da tribo Pokomo atacaram as casas dos Ormas no povoado de Kipao, situado na região do delta do rio Tana. Segundo a polícia e moradores da região, a ação está ligada a um ato de vingança.

Além das mortes, várias casas – umas 45, segundo a Cruz Vermelha – foram incendiadas, enquanto os corpos das vitimas, mortas a tiros e a facadas, estavam espalhados por todos os lados no momento em que as autoridades chegaram ao lugar do massacre.

Nos últimos meses, o confronto entre as duas tribos voltou a se intensificar depois que ambos os lados passaram a acusar o governo de não desarmar seus rivais.

Segundo a polícia local, pelo menos 65 pessoas foram presas por causa do massacre.

Anteriormente, entre agosto e setembro, os confrontos entre as duas tribos deixaram mais de 100 mortos – incluídos policiais – em ataques e contra-ataques dos Pokomos e dos Ormas.

Além disso, centenas de cabeças de gado foram sacrificadas nesses violentos confrontos, que, inclusive, obrigaram o presidente do Quênia, Mwai Kibaki, a declarar toque de recolher e articular um amplo contingente de policiais e militares na região.

Ambos os grupos étnicos disputam pelo pasto na região do delta do rio Tana, uma zona de clima seco e que sofre recorrentes secas.

Os Pokomos são formados por agricultores e pescadores, enquanto os Ormas, em sua maioria, são pastores seminômades, que há anos estão lutando pelo acesso à terra e à água, uma disputa que foi agravada consideravelmente pela circulação de armamento.