(ANSA) ? NOVA YORK ? A cidade de Nova York abandonou a reciclagem de dejetos de plástico e vidro, alterando uma tendência que parecia destinada a fazer escola nos Estados Unidos e no mundo. A decisão de abandonar a reciclagem foi tomada, segundo o prefeito Michael Bloomberg, para economizar dinheiro dos cofres públicos.
“A reciclagem custa muito e Nova York tem problemas de orçamento”, disse o prefeito republicano ao anunciar que vidro e plástico serão processados juntamente ao resto do lixo.
Só papel jornal e metais deverão ser separados, de agora em diante, do resto do lixo, para economizar US$ 45 por tonelada de resíduos.
Trata-se de uma mudança fundamental tanto para ambientalistas como para os próprios nova-iorquinos, que até agora haviam sido educados para reciclar, por bem ou por mal, já que uma forte multa aguardava aqueles que não o faziam.
Essa mudança de rota pode contagiar o resto dos Estados Unidos, que agora, com os republicanos no poder em Washington, podem decidir sacrificar o meio ambiente em nome do culto ao dólar.
Com a mesma lógica do “custa demais”, a Administração Bush cortou os financiamentos destinados à limpeza dos 33 locais mais poluídos do país. Segundo documento da Environmental Protection Agency (EPA), publicado no último 1o de julho no “The New York Times”, receberão menos fundos os célebres depósitos de Edison, em Nova Jersey, onde se produz o temido “agente laranja”, utilizado na Guerra do Vietnã, e também vários centros da Flórida contaminados por usinas químicas, além de duas velhas minas em Montana.
Os cortes, segundo o jornal, provocarão provavelmente o fim dos trabalhos de limpeza e criarão graves preocupações e inseguranças nas comunidades obrigadas a viver há décadas com as conseqüências nefastas da poluição.
Em Nova York, a decisão de Bloomberg contra a reciclagem causou desconcerto. “Sinto-me culpado”, disse Dennis Christensen, um residente do Greenwich Village, diante da perspectiva de ter de jogar garrafas de vidro e de plástico no saco de lixo comum.
Diante dos protestos dos ambientalistas, Bloomberg frisou suas razões: para ele, reciclar vidro e plástico é “custoso demais”. Ele disse que não há uma verdadeira demanda para a reutilização dos contêineres com esses dois materiais.
“É um dado extraído dos fatos”, disse o prefeito. “Até hoje não existe um mercado para a reutilização do vidro e do plástico, enquanto para separá-los do resto dos dejetos a prefeitura de Nova York gasta US$ 40 milhões por ano. É um dinheiro que não podemos desperdiçar”. (ANSA).