O líder do Partido Trabalhista do Reino Unido, Jeremy Corbyn, afirmou que, se o acordo do Brexit da primeira-ministra Theresa May for rejeitado em votação no Parlamento britânico na próxima terça-feira, tem de haver eleições gerais antecipadas “na primeira oportunidade possível”.

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“Um governo que não consegue fazer suas pautas passarem pela Câmara dos Comuns não é governo nenhum”, discursou o oposicionista em uma fabricante de produtos elétricos na cidade de Wakefield, na Inglaterra. “Ele perdeu seu mandato e então tem de ir ao país para buscar um novo.”

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Ontem, em mais um revés para Downing Street, os deputados britânicos aprovaram uma emenda legislativa que, em caso de derrota na votação do próximo dia 15, obriga o governo a voltar ao Parlamento em 72 horas com um plano B para o divórcio da União Europeia.

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Na terça-feira, a Câmara dos Comuns já havia emendado o projeto de Lei de Finanças, que implementa medidas de aumento de receita estabelecidas no orçamento de dezembro do Ministério das Finanças, deixando a pasta dependente do Parlamento para lidar com um cenário de Brexit sem acordo.

Corbyn mandou uma mensagem diretamente a May: “Se você está tão confiante no seu acordo, convoque a eleição e deixe o povo decidir.” Em caso contrário, ele ameaçou protocolar pelo Partido Trabalhista uma moção de desconfiança contra o governo no momento em que julgar “que ela terá a melhor chance de sucesso”.

Quando questionado por uma repórter sobre a possibilidade de estender o Artigo 50 do Tratado da União Europeia, adiando a data da retirada britânica como forma de prolongar o período de negociação de um trato, o líder trabalhista limitou-se a responder que a política do seu partido para o Brexit é pela negociação de “uma união aduaneira, e por direitos, trabalhadores, consumidores e o meio ambiente”.

Assim, para Corbyn, a convocação de eleições gerais antecipadas é a opção “mais prática e democrática” para “quebrar a paralisação” em torno do acordo do Brexit de Theresa May.