Nigéria tem mais de 500 mortos; polícia fica em alerta

O presidente da Nigéria, Goodluck Jonathan, ordenou hoje que a polícia ficasse em estado de alerta máximo para impedir novos ataques. Pelo menos 528 agricultores de aldeias cristãs foram assassinados desde sábado, em conflitos com pastores muçulmanos na região central do país. Em pelo menos três aldeias ao sul de Jos, capital do Estado de Platô, pessoas foram mortas a golpes de machado e tiveram seus corpos queimados.

O Vaticano manifestou “dor e preocupação” pela “horrível violência”, mas seu porta-voz, Federico Lombardi, evitou fazer comentários de natureza étnica ou religiosa. John Onaiyekan, arcebispo nigeriano da capital, Abuja, disse que a onda de violência é “um clássico conflito entre pastores e agricultores, só que, neste caso, os pastores são todos muçulmanos e os agricultores são todos cristãos”. Segundo ele, as pessoas foram mortas “por reivindicações sociais, não por religião”.

Peter Gyang, morador da aldeia de Dogo Nahawa, a mais afetada pelos ataques, disse que os pastores “dispararam para assustar as pessoas e, em seguida, mataram todos com golpes de machado”. Segundo ele, o ataque começou às 3h locais e durou até às 6h. Durante todo o período, “não foi visto nenhum policial”.

O Fórum dos Cristãos do Estado de Platô publicou um comunicado ontem, acusando o Exército nigeriano de passividade diante dos ataques. A região já estava sob toque de recolher das 18 horas às 6 horas desde janeiro, quando 326 pessoas morreram em enfrentamentos semelhantes nos arredores de Jos, segundo a polícia. Grupos de direitos humanos falam, entretanto, em mais de 400 mortos nos enfrentamentos do início do ano. Com informações da Dow Jones.