Tensão

Navio dos EUA leva ajuda humanitária à Geórgia

O USS Mount Whitney, nau almirante da Marinha dos Estados Unidos no Mar Mediterrâneo, ancorou nesta sexta-feira (5) nas proximidades do porto georgiano de Poti, levando toneladas de itens humanitários a um porto que ainda está sob controle parcial do Exército da Rússia. Apesar da desconfiança de Moscou, um diplomata do Ministério das Relações Exteriores da Rússia assegurou não haver planos de uma ação militar por causa da presença naval americana na região.

O mesmo diplomata, no entanto, voltou a manifestar dúvidas sobre a real natureza da visita dessas embarcações. Nas últimas semanas, autoridades russas sugeriram que os navios militares americanos estariam armando os georgianos.

O USS Mount Whitney é o primeiro navio da Marinha dos EUA a entrar em Poti desde a breve guerra entre Rússia e Geórgia no mês passado. A embarcação ancorou perto de porto. Outros dois navios militares americanos já visitaram a Geórgia sob pretexto de transporte de ajuda humanitária, mas ancoraram em Batumi, um porto secundário ao sul de Poti.

Autoridades russas sinalizaram que não impediriam o tráfego do USS Mount Whitney. O tenente coronel John Dorrian, porta-voz do Comando Europeu dos EUA, disse hoje que não há planos de autorizar inspeções da carga por parte dos russos.

A presença de navios dos EUA e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) no Mar Negro é um assunto extremamente delicado em Moscou. No início da semana, o primeiro-ministro da Rússia, Vladimir Putin, prometeu uma resposta não especificada à presença naval dos EUA e da Otan na região.

Esta sexta-feira, porém, o diplomata russo Andrei Nesterenko negou a existência de algum plano de ação militar, mas voltou a levantar suspeitas sobre o fato de os EUA estarem usando navios militares para a entrega de ajuda humanitária. “É improvável que navios de guerra dessas classes possam entregar ajuda humanitária em grandes quantidades”, observou Nesterenko.