Na Grécia, 25% das famílias paga propina por tratamentos médicos

Atenas – A corrupção na Grécia é tão difundida que 25% das famílias estão habituadas a pagar "gorjetas" (principalmente para obter melhores tratamentos médicos), cuja cifra total no ano passado superou os 600 milhões de euros.

O número emerge de uma pesquisa realizada pela organização não-governamental "Transparência Internacional", cujos resultados foram divulgados nesta segunda-feira (14) em Atenas.

A investigação, a primeira do gênero na Grécia, foi realizada no segundo semestre de 2007 em uma amostra de mais de 6 mil pessoas e demonstra a amplitude do problema no país e, em especial, revela as inadimplências de um Estado "que tolera a corrupção e até mesmo a alimenta".

Entre os entrevistados na pesquisa, 26% afirmaram que pagaram o que os gregos chamam de "gorjetas", que para 20% dos casos acabaram nas mãos dos funcionários dos serviços públicos. Apenas no ano passado, segundo o estudo da ONG, pelo menos 440 mil famílias gregas pagaram propinas.

Os serviços públicos mais corruptos, segundo a pesquisa, são os hospitais, os departamentos de urbanística das prefeituras e os cartórios. Já no setor privado, os mais espertos são os médicos, os bancos e os advogados.

Observadores locais receberam sem surpresa os dados da investigação, pois um estudo anterior realizado pela mesma organização, mostrou que a Grécia ocupava o 56º lugar em uma lista dos 179 países mais corruptos.

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