Duas pessoas morreram e outras duas ficaram feridas nesta quarta-feira, 9, em um ataque a tiros diante de uma sinagoga na cidade de Halle, no leste da Alemanha, durante a festividade de Yom Kippur (Dia do Perdão), um dos feriados mais sagrados do judaísmo.

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Segundo a revista alemã Der Spiegel, o ataque foi cometido por apenas uma pessoa, um alemão de 27 anos, que foi preso e agiu por motivos antissemitas ou ultradireitistas. “Pelo que sabemos, foi um ataque antissemita”, afirmou o ministro do Interior, Horst Seehofer. “Segundo a Promotoria, há indícios de uma possível motivação de extrema direita.”

O autor do ataque tentou entrar na sinagoga fortemente armado e, como não conseguiu, realizou vários disparos indiscriminadamente na rua, perto de um estabelecimento de fast-food turco, onde matou um homem e uma mulher.

De acordo com a publicação, que cita fontes da investigação, o atirador se chama Stephan B. e vive no Estado de Saxônia-Anhalt, onde está localizada Halle. A Der Spiegel relata que o autor do ataque gravou um vídeo com uma câmera que levava no capacete. Durante a gravação, que mostra as vítimas sendo atingidas, é possível ver o atirador proferindo insultos aos judeus.

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No vídeo de 35 minutos transmitido ao vivo na plataforma de streaming Twitch, o homem afirma que “o Holocausto nunca existiu” e considera que os judeus estão na raiz de todos os problemas do mundo, de acordo com o SITE – especializado na vigilância de organizações terroristas -, que traça um paralelo com um vídeo semelhante filmado pela autor do atentado de Christchurch, na Nova Zelândia, contra duas mesquitas, em março.

A Procuradoria-Geral alemã assumiu o comando da investigação. Detido pela polícia pouco após o ataque, o atirador vestia trajes militares e capacete. O jornal alemão Bild informou que uma granada de mão teria sido lançada em um cemitério judaico ontem. Além disso, foram registrados disparos em Landsberg, a cerca de 15 quilômetros de Halle, mas ainda não se sabe se os casos têm ligação.

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Max Privorotzki, representante da comunidade judaica em Halle, disse que no momento da ação havia entre 70 e 80 pessoas na sinagoga. A comunidade judaica local alegou que o agressor foi impedido de entrar na sinagoga em razão das medidas de segurança.

Crescimento

Crimes de ódio e antissemitas cresceram quase 20% na Alemanha no último ano, segundo dados oficiais divulgados em maio. Eles incluem uma série de ofensas, ataques, insultos, pichações, publicações na internet e uso de símbolos nazistas. Neste ano, um alto funcionário do governo alemão alertou os judeus a não usar quipás (peça do vestuário) em público. (Com agências internacionais).

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.