Murdoch pagará US$ 2 milhões em indenização a família

A empresa do magnata da mídia Rupert Murdoch, a News Corporation, concordou nesta sexta-feira em pagar uma indenização de US$ 2 milhões (3,2 milhões de libras) à família de uma menina sequestrada e assassinada, cujo telefone foi grampeado pelo extinto tabloide News of the World. A News International e a família de Milly Dowler confirmaram o acordo em comunicado conjunto.

Murdoch fechou o News of the World após várias evidências terem emergido em julho, de que repórteres do tabloide haviam grampeado o telefone da família da menina de 13 anos, que havia desaparecido em 2002 e cujo corpo foi encontrado mais tarde no mesmo ano. Ela foi assassinada.

O comunicado também afirma que Murdoch doará US$ 1,6 milhão para instituições de caridade escolhidas pela família Dowler.

“Nada do que foi acordado trará de volta Milly ou compensará os traumas do seu desaparecimento e do horrendo assassinato do qual ela foi vítima, bem como do terrível julgamento no começo deste ano”, disse a família Dowler em comunicado. Milly, que tinha 13 anos em 2002, foi sequestrada por Levi Bellfield, hoje com 43 anos, em Walton on Thames, na Inglaterra, quando voltava da escola para casa no dia 21 de março de 2002. O corpo dela foi encontrado em setembro de 2002. Condenado pelo assassinato de Milly e descrito como um sociopata, Bellfield foi sentenciado à prisão perpétua.

A revelação de que repórteres do tabloide grampearam o telefone da família Dowler, enquanto a polícia buscava pela vítima – e também várias provas de que grampear telefones de fontes e de pessoas comuns era uma prática do jornal – abalaram o império midiático de Murdoch.

O escândalo levou à renúncia dois oficiais graduados da Polícia Metropolitana de Londres e derrubou executivos no império de Murdoch. A News Corporation se disse arrependida e lançou uma investigação interna, além de reservas US$ 32 milhões para pagar indenizações em compensação a vítimas, que podem chegar a centenas na Inglaterra. Detetives informam que mais de 450 pessoas podem ter tido suas vidas espionadas pelos repórteres do defunto tabloide.

As informações são da Associated Press.

Voltar ao topo