Muçulmanos dizem que aprovação da Constituição trará estabilidade

A Irmandade Muçulmana afirmou neste domingo que a aprovação da nova Constituição no referendo, que começou no sábado, trará estabilidade ao Egito, enquanto os primeiros resultados não oficiais apontam que o “sim” se impôs na consulta.

Em comunicado, o grupo islamita ressaltou que a Carta Magna “porá fim aos atos de sabotagem e caos” e marcará “o início da estabilidade, da construção e do renascimento” do país.

Além disso, advertiu que “o Egito já não suporta seguir assim mais um ano”, em alusão à falta de estabilidade política e legislativa e aos recentes distúrbios.

A Irmandade Muçulmana, grupo no qual militava o atual presidente egípcio, Mohammed Mursi, pediu aos egípcios que leiam a Constituição sem escutar os meios de comunicação que divulgam “mentiras” sobre o texto.

Por outra parte, agradeceram a todos os egípcios por sua participação, aos juízes que “protegeram o referendo e sua transparência” e às Forças Armadas que “garantiram a segurança do processo”.

Em comunicado anterior, o braço político da Irmandade, o Partido Liberdade e Justiça (PLJ), anunciou que o “sim” ganhou em oito das dez províncias nas quais a consulta popular foi realizada.

Por sua parte, a Frente de Salvação Nacional (FSN), que agrupa a maior parte da oposição não islamita, confirmou o triunfo do “sim” com 55% dos votos no primeiro dia do referendo.

A FSN pede que a população rejeite o texto constitucional por ter sido aprovado por uma Assembleia Constituinte dominada por islamitas e alega que censura direitos e liberdades, além de abrir a porta a uma interpretação islamita da lei.

A Comissão Eleitoral ampliou o referendo de um para dois dias pela falta de juízes para supervisioná-lo, já que alguns grupos, como o Clube de Juízes – a principal associação da magistratura -, o boicotaram em rejeição às últimas decisões de Mursi.

O segundo dia da consulta será no próximo sábado, dia 22 de dezembro.