O governo do presidente da Bolívia, Evo Morales, apresentou nesta numa reunião de conciliação com governadores opositores a proposta de criar uma comissão que compatibilize o novo texto constitucional elaborado pela situação com a autonomia buscada pelos departamentos (estados).

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Evo Morales chegou a ler o que seria o texto de "um grande acordo nacional" que contemplaria também a preservação da unidade nacional e o respeito às leis, mas vários governadores voltaram a rechaçar a proposta de constituição por considerá-la ilegal. "Não se sinta desprestigiado, presidente, se não assinamos agora o documento…" afirmou o prefeito (governador) de Pando, Leopoldo Fernández, ante a insistência de Morales para que subscrevessem o documento.

Ao fim da reunião de oito horas, transmitida ao vivo pela tevê estatal, Morales anunciou que as partes se reunirão ainda hoje para criar uma comissão que compatibilizará os textos. Mas o prefeito de Santa Cruz, Rubén Costas, foi menos conciliador. Ele disse que não viu avanço e que, portanto, o melhor seria que fosse convocado um referendo revocatório do mandato do presidente e dos prefeitos, como forma de dirimir o "empate catastrófico", como tem classificado a situação o vice-presidente Alvaro Garcia.

Costas mais os prefeitos de outros cinco dos nove departamentos, todos de oposição, não aceitam a nova constituição aprovada por partidários de Morales sem a presença de deputados opositores. O texto ainda tem de passar por dois referendos para entrar em vigor. Por seu lado, o governo considera ilegais e separatistas estatutos de autonomia aprovados por quatro departamentos do leste e sul da Bolívia, encabeçados por Santa Cruz.

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