Atenas ? O governo grego rejeitou uma resolução do Parlamento Europeu permitindo o acesso de mulheres ao Monte Athos. O local abriga um conjunto arquitetônico de mosteiros ortodoxos e está proibido para mulheres desde o ano 1050, quando um édito do Patriarcado de Constantinopla, da igreja ortodoxa, decidiu impedir “o acesso aos mosteiros de mulheres, crianças, eunucos e todos que não tenham barba”.
A resolução do Parlamento Europeu, que aprovou por maioria o acesso de mulheres ao local, alegando que a proibição “viola o princípio de igualdade entre os sexos”, foi contestada em base à legislação grega. A tutela da região, cujos habitantes são monges ligados ao Patriarcado de Istambul, é garantida na Constituição e além disso, segundo o governo grego, a proibição está incluída nos tratados europeus sobre o país. “O status do Monte Athos não pode ser violado”, disse Christos Protopappas, porta-voz do governo.
A decisão do Parlamento teve o voto da deputada socialista grega Anna Karamanou. Os demais deputados gregos votaram contra a decisão, que vinha sendo contestada por “violar a história e a tradição” da religião ortodoxa que, na Grécia, é religião de estado.