O presidente deposto do Egito Mohammed Morsi enfrentará um terceiro julgamento criminal sob a acusação de organizar fugas da prisão durante a revolta de 2011, espalhando caos e sequestrando policiais com a colaboração de militantes estrangeiros. As novas acusações contra Morsi e 129 réus, incluindo membros da Irmandade Muçulmana e do grupo palestino Hamas e do Hezbollah, se somam à inúmeras já enfrentadas pelo ex-presidente, cuja a maioria pode resultar em pena de morte.

continua após a publicidade

O governo interino do Egito, apoiado pelo Exército, tem procurado retratar a Irmandade Muçulmana como a grande responsável pela violência e ataques de militantes que tomaram conta do país após a derrubada do autocrata veterano Hosni Mubarak em 2011. A violência surgiu após o golpe militar apoiado popularmente, que depôs Morsi em julho.

O mais recente caso contra o primeiro presidente eleito democraticamente no Egito está baseado na fuga de mais de 20 mil detentos das prisões em todo o país em 2011, incluindo Morsi. O juiz investigativo Hassan Samir disse que outros membros da Irmandade acusados no caso incluem o líder do grupo Mohammed Badie, o vice Mahmoud Ezzat, que ainda está foragido, o ex-presidente da Assembleia Nacional, Saad el-Katatni, e outros.

O proeminente clérigo defensor da Irmandade, Youssef el-Qaradawi, um egípcio que vive no Qatar, está também na lista, afirmou um funcionário da promotoria, sob condição de anonimato.

continua após a publicidade

Um comunicado do gabinete de Samir não identificou todos os 129 réus, mas se referiu ao caso como o “o crime de terrorismo mais perigoso que o país enfrenta”. Ele disse que uma investigação sobre o caso desde abril mostrou que a Irmandade planejou, junto com grupos estrangeiros, “destruir o Estado Egípcio e suas instituições”. Segundo o comunicado a Irmandade recrutou cerca de 800 militantes na Faixa de Gaza para atacar os postos policiais e pelo menos três prisões no Egito, libertando milhares de prisioneiros, além de matar policiais e detentos.

A data para o novo julgamento de Morsi não foi definida ainda. Fonte: Associated Press.

continua após a publicidade