Mísseis matam seis supostos militantes no Paquistão

Um ataque com mísseis aparentemente dos Estados Unidos atingiu nesta quarta-feira (19) uma vila no território paquistanês, matando seis supostos militantes. A operação é a última de uma série no noroeste do país nos últimos três meses, que matou vários membros da Al-Qaeda e do Taleban, mas também causou descontentamento no governo civil. Horas antes, um partido político islâmico ameaçou interromper duas grandes rotas de suprimento para os EUA e para a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) para o Afeganistão, caso os ataques não parassem.

O partido Jamaat-e-Islami já deu mostras no passado de grande capacidade para mobilizar milhares de pessoas rapidamente. As linhas de suprimento nunca foram bloqueadas por protestos, mas militantes e criminosos atacam com certa freqüência os comboios. Um funcionário do governo local, Javed Marwat, afirmou que dois mísseis destruíram uma casa na vila Indi Khel, no distrito Bannu. Dois agentes da inteligência paquistanesa disseram que entre os mortos havia militantes da Ásia Central.

Os Estados Unidos afirmam que os militantes da Al-Qaeda e do Taleban usam a região noroeste do Paquistão como base para realizar ataques em solo afegão. Washington evita comentar os ataques, mas acredita-se que a maioria deles é realizado pela Central de Inteligência dos Estados Unidos (CIA).

O governo paquistanês afirma que as operações são uma violação à soberania do país e à legislação internacional. O prosseguimento desses ataques leva alguns analistas a especular que as duas nações podem ter algum acordo secreto.