Ministro britânico sugere a legalização da maconha

O ministro do Interior britânico, David Blunkett, apresentou na Câmara dos Comuns um projeto de reforma à lei de entorpecentes que legaliza o consumo pessoal de maconha, mas triplica as penas vigentes de prisão, com um máximo de 14 anos, para quem a comercializa. O governo decidiu reclassificar a ?cannabis? da categoria de “droga B”, que indica periculosidade média, para a de letra “C”, ao lado de antidepressivos e esteróides. A decisão foi tomada com base nas conclusões de uma pesquisa minuciosa da Comissão Interna da Câmara, que entrevistou policiais, médicos e especialistas.

Blunkett rejeitou a completa legalização da droga e ratificou que o consumo de maconha continuará sendo um crime: “Todas as drogas são perigosas e ilegais, mas devemos nos concentrar nas mais prejudiciais”. A afirmação foi vista como uma concessão à polícia, que deseja focalizar a luta contra as drogas pesadas, que constituem um grave perigo para a sociedade.

As penas previstas pelo texto para os distribuidores de maconha são três vezes mais severas do que as vigentes. O ministro também anunciou o investimento de 290 milhões de euros, em três anos, para melhorar e agilizar o tratamento e a recuperação dos toxicômanos.

No Reino Unido o consumo de maconha é uma prática comum. Segundo uma pesquisa recente, 50% dos jovens entre 16 e 24 anos fumaram esta droga pelo menos uma vez na vida. Em 2000, 104.400 pessoas foram indiciadas por posse de entorpecentes, 70.306 (67%) das quais com ?cannabis?. A nova normativa deverá ser discutida e aprovada no Parlamento antes de se tornar lei. Blunkett prevê que, ainda que se converta em lei, ela não entrará em vigor antes de julho de 2003.

Entre os tóxicos mais perigosos, classificados com a letra A, está o ecstasy, a “droga da discoteca”, da qual se consome meio milhão de pílulas a cada fim-de-semana na Grã-Bretanha. Esta droga mata inesperadamente e não existe uma dose segura. Por isso Blunkett não aceitou a proposta da Comissão Interna de reclassificá-la na categoria B.

Blunkett também rejeitou a recomendação da comissão de criar experimentalmente uma ?zona segura? para os heroinômanos se injetarem heroína em condições controladas. (ANSA).

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