Militares são acusados de matar 67 civis no Sri Lanka

Militares do Sri Lanka bombardearam nesta quinta-feira (22) um vilarejo e um hospital provisório dentro de uma zona de segurança estabelecida pelo governo para civis no norte do país. Pelo menos 30 pessoas morreram e outras 117 ficaram feridas, de acordo com autoridades da área de saúde. Segundo as autoridades, pelo menos 67 civis foram mortos, desde terça (20), em bombardeios.

Os militares negaram ter atingido o hospital e afirmaram que estão tomando medidas de precaução para proteger a população civil. Eles anunciaram a captura de um prédio que rebeldes usavam como principal centro de operações na luta contra o avanço do Exército.

Com a ofensiva do governo contra a escalada do Exército de Libertação dos Tigres do Tamil Eelan (LTTE), grupos de ajuda internacionais estão cada vez mais preocupados com a segurança de centenas de milhares de civis que moram no pequeno território controlado por rebeldes no nordeste do país. Grupos de direitos humanos acusam os rebeldes de forçarem os civis a permanecerem na área para servirem de escudo humano. Os rebeldes negam a acusação.

Panfletos

Em um esforço para persuadir os civis a deixar a área, o governo lançou panfletos na região ontem anunciando o estabelecimento de uma “zona de segurança” no território rebelde que o governo não iria atacar. Segundo os panfletos, os civis do local seriam transferidos pelas linhas de frente.

Uma hora após o lançamento dos panfletos, duas bombas atingiram um hospital provisório montado em uma escola em Vallipunam, um vilarejo dentro da “zona de segurança”, segundo Kandasamy Tharmakulasingham, autoridade do setor de saúde. Tharmakulasingham disse que ninguém ficou ferido no ataque.

Na manhã de hoje, o hospital e um vilarejo nas proximidades do local foram novamente atingidos em um ataque tão devastador que autoridades da saúde tiveram dificuldade para contar os corpos, já que muitos estavam mutilados. Segundo o médico Thurairaja Varatharaja, pelo menos 30 pessoas morreram no ataque e outras 117 ficaram feridas. Além disso, pelo menos outras 37 pessoas morreram em bombardeios na terça e na quarta-feira, levando o número total de mortos para 67.

O LTTE luta desde 1983 para estabelecer um estado independente para a minoria tâmil, que há décadas é marginalizada nas mãos de governos sucessivos controlados pela maioria cingalesa.

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