Militares negam golpe na Tailândia, mas exigem eleições

O chefe das Forças Armadas da Tailândia, general Anupong Paojinda, negou nesta quarta-feira (19) que os militares do país planejem um golpe de Estado. Porém, o general afirmou que o primeiro-ministro Somchai Wongsawat deve convocar novas eleições. “Isso não é um golpe”, disse Anupong em entrevista coletiva, após uma reunião de emergência com militares e importantes empresários do país. Também participaram do encontro acadêmicos, economistas e outros oficiais do setor de segurança tailandês.

“O governo ainda tem total autoridade”, apontou o general. “Esses pontos são a forma de resolver o problema que levou a economia a uma crise profunda”, afirmou Anupong. “Nós vamos enviar a ele uma carta, para informá-lo de que deve dissolver o Parlamento e convocar novas eleições”.

O movimento oposicionista, chamado Aliança do Povo pela Democracia, exige a saída de Somchai, acusando-o de ser um títere do ex-primeiro-ministro Thaksin Shinawatra. O ex-líder foi deposto em um golpe militar em 2006, após meses de protestos nas ruas, sob acusações de corrupção e abuso de poder. Thaksin foi condenado na Tailândia, porém vive exilado na Grã-Bretanha. Ele afirma ser inocente e que as acusações são políticas. Somchai é cunhado de Thaksin.

Na terça, centenas de manifestantes contrários ao governo começaram a ocupar o aeroporto internacional de Bangcoc, que deve permanecer fechado hoje, segundo as autoridades locais. Com a interrupção milhares de passageiros foram prejudicados, entre eles vários estrangeiros. O aeroporto Suvarnabhumi é o 18.º mais movimentado do mundo, com 700 vôos diários, e transportou 40 milhões de passageiros em 2007.

Somchai estava no Peru para um encontro de líderes de países do Pacífico. A previsão inicial é que ele chegue ao país ainda hoje, aterrissando em um aeroporto militar. As informações são da Associated Press e da Dow Jones.