Mianmar perdoou vários importantes dissidentes e um ex-primeiro-ministro, nesta sexta-feira, em mais uma anistia para preso políticos, intensificando uma série de reformas do regime apoiado pelos militares. A libertação de centenas de presos políticos tem sido uma demanda de nações ocidentais que impuseram anteriormente sanções à nação.

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O partido da líder pela democracia Aung San Suu Kyi elogiou a libertação como um “sinal positivo”, elevando a esperança de que a anistia possa ser a mais significativa já feita sob o novo governo, nominalmente civil. “Nós saudamos a libertação. Alguns já estão à caminho de casa”, afirmou um porta-voz da Liga Nacional pela Democracia, sem dar detalhes sobre quantos presos políticos foram soltos.

O ex-estudante e ativista Min Ko Naing estava entre os libertados, disse a família dele. Também foi perdoado o ex-estudante Htay Kywe, que havia sido sentenciado a 65 anos de prisão em 2007.

Uma fonte do governo disse que o ex-primeiro-ministro e ex-chefe da inteligência militar Khin Nyunt, que foi preso em 2004 em meio a uma luta pelo poder, também estava na lista. “Khin Nyunt também será libertado.”

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Autoridades afirmaram no fim da quinta-feira que uma anistia havia sido concedida a cerca de 650 presos. A intenção era “a reconciliação nacional e um processo político inclusivo”, afirmou uma fonte do governo, pedindo anonimato.

Os EUA e a União Europeia elogiaram as reformas que têm sido feitas desde a posse do novo governo, no ano passado, mas exigiam a libertação de presos políticos antes de considerar a retirada de sanções a Mianmar. Em outubro, cerca de 200 presos políticos foram soltos, mas ativistas estimam que ainda estejam nas cadeias entre 500 e mais de 1.500 presos políticos.

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Vários importantes dissidentes, incluindo figuras importantes em um fracassado levante estudantil de 1988, seguem presos. Uma decisão na semana passada de reduzir penas de alguns detentos desapontou o Ocidente. Entre os presos há monges, jornalistas e advogados.

O governo de Mianmar assumiu em março passado, substituindo uma junta militar. Nesta quinta-feira, fechou um acordo de cessar-fogo com um importante grupo étnico rebelde, os Karen.

O país pretende realizar eleições legislativas em 1º de abril, e a Nobel da Paz Suu Kyi, libertada em novembro de 2010 da prisão domiciliar, afirmou que pretende concorrer. Na quarta-feira, Suu Kyi disse que o país estava “à beira de uma ruptura para a democracia”. As informações são da Dow Jones.