As lideranças políticas do México concordaram em manter as eleições locais marcadas para este domingo, apesar do assassinato do candidato favorito ao governo do Estado de Tamaulipas, no norte do país. Houve um pedido para que os cidadãos votem a fim de mostrar que não se intimidam com o crime organizado.

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Um dia após o homicídio de Rodolfo Torre Cantú, candidato do Partido Revolucionário Institucional (PRI) ao governo de Tamaulipas, o presidente Felipe Calderón convocou hoje todos os setores políticos, sociais e econômicos do país para que realizem uma frente comum contra o crime organizado, que, segundo ele, “ameaça destruir não somente a tranquilidade, mas também as instituições democráticas” do país. Em mensagem da residência oficial presidencial de Los Pinos, Calderón pediu que os diversos setores do país tomem “ações concretas” para enfrentar a violência.

Torre, de 46 anos, foi emboscado por um comando armado em uma rodovia próxima de Ciudad Victoria, capital de Tamaulipas, cidade que fica mais de 700 quilômetros a nordeste da capital do país. Quatro outras pessoas morreram e outras quatro ficaram feridas, no primeiro ataque contra um candidato a um governo estadual na história recente. Ontem, Calderón culpou o crime organizado pelo crime, sem especificar nenhum grupo específico.

Fronteiriço com os EUA, Tamaulipas é um dos Estados mais afetados pela violência do narcotráfico, que em todo o país fez mais de 22.700 vítimas desde que Calderón lançou uma ofensiva contra o crime organizado, em dezembro de 2006. As autoridades atribuem a violência crescente em Tamaulipas e no nordeste do país em geral a uma disputa entre o Cartel do Golfo e seus antigos aliados do grupo Los Zetas.

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No domingo, haverá eleições em 14 dos 31 Estados do México, para renovar os Congressos locais. Em 12 desses Estados, haverá também eleição para governadores, incluindo Tamaulipas. Torre é o candidato do PRI de mais alto escalão assassinado desde Luis Donaldo Colosio, morto a tiros em 1994, quando tentava chegar à presidência do país.