O grupo humanitário Médicos Sem Fronteira retirou todos os seus 87 funcionários estrangeiros da Somália depois que três de seus integrantes foram mortos num incidente no começo do mês, informou o MSF. Num comunicado, o grupo disse que estava "profundamente chocado com o assassinato da equipe" num ataque que teria sido "provavelmente premeditado".

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Cerca de 800 funcionários somalis ainda estão desempenhando os trabalhos do MSF no país. Três integrantes da seção holandesa do grupo foram mortos e outro ficou ferido quando o veículo em que viajavam atingiu uma mina terrestre na segunda-feira numa faixa de estrada entre a casa do pessoal internacional do MSF e o hospital onde trabalhavam na cidade sulista somali de Kismayo, relatou Malika Saim, na sede do grupo em Paris.

Os mortos eram um cirurgião queniano, um especialista em logística francês e um motorista somali, afirmou. O caminho era percorrido diariamente pela equipe e o carro estava com clara identificação do MSF. "Em respeito às vítimas e em vista das obscuras circunstâncias envolvendo o ataque", o MSF retirou os 87 pessoal internacional trabalhando em 14 projetos na Somália, disse o grupo.

O ataque foi "uma séria violação da ação humanitária na qual nossos colegas estavam envolvidos" e a retirada do pessoal internacional irá "afetar profundamente" os serviços médicos numa país já extremamente carente onde a crescente violência tem feito aumentar a necessidade de atendimento médico emergencial, lamentou Christophe Fournier, chefe do conselho internacional do MSF. O grupo trabalha há mais de 16 anos na Somália.

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