A primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, afirmou nesta quarta-feira que suas conversas recentes com lideranças da União Europeia mostraram ser possível obter “mais esclarecimentos” do bloco a respeito do anteparo (backstop) irlandês, como é conhecido o mecanismo desenhado para impedir que se erga uma fronteira física entre a República da Irlanda e a Irlanda do Norte no caso de a relação futura entre Londres e Bruxelas não estar em vigor ao fim do período de implementação da retirada britânica, em dezembro de 2020.

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Esse mecanismo está no cerne da dificuldade enfrentada pelo governo para conseguir apoio majoritário na Câmara dos Comuns ao acordo de retirada e à declaração política de intenções acertados por May com a UE, já que boa parte dos parlamentares evoca o temor de que, se o backstop for acionado, o bloco mantenha o Reino Unido “aprisionado” por tempo indefinido sob essas condições aduaneiras extraordinárias.

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Em face do risco de que o trato do Brexit proposto por May seja rejeitado na votação prevista para a próxima terça-feira, 15 de janeiro, o líder do Partido Trabalhista, Jeremy Corbyn, questionou se a premiê fará “a coisa certa” e convocará eleições gerais antecipadas em caso de derrota. “Não. Colocamos um bom acordo na mesa que protege empregos e segurança”, respondeu a líder conservadora.

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Buscando amainar as preocupações dos deputados, ela prometeu que, num cenário em que o Parlamento britânico aprove o atual acordo do Brexit, mas a relação futura com o bloco ainda não esteja pronta ao fim de 2020, os membros da Câmara dos Comuns poderão decidir em votação se o governo deve solicitar uma extensão do período de implementação ou acionar o anteparo (backstop) irlandês.

E, como ocorre em toda sessão semanal de perguntas e respostas, a primeira-ministra reiterou que o Reino Unido deixará a UE em 29 de março. “Quero que deixemos a UE em 29 de março com este bom acordo do Brexit que está na mesa”, concluiu.