Mantega alerta sobre impacto de ajuste fiscal da Europa

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse há pouco em Toronto, no Canadá, que a Europa não pode fazer ajustes fiscais às custas do Brasil e de outros países emergentes, reduzindo a demanda interna e aumentando as exportações. “É preciso que os emergentes não carreguem nas costas a retomada (global). Países avançados exportadores não devem fazer um ajuste severo.” Mantega disse que, em caso de ajustes severos na Europa, pode haver agravamento de déficit em transações correntes em países emergentes.

Segundo o ministro, muitas economias avançadas não estão ainda em condições de retirar todos os estímulos e fazer apertos fiscais fortes, sob o risco de prejudicar o crescimento. “Sabemos o problema e o remédio. Mas temos de saber a dose correta desta remédio. Se der a dose certa, cura o doente; se exagerar na dose, mata o paciente”, comparou. “Quero deixar claro que sou favorável a ajustes fiscais. No Brasil, já estamos aumentando o resultado fiscal e retomamos a trajetória de redução da dívida. Mas vejo ansiedade de alguns governos em fazer logo o ajuste fiscal, principalmente nas economias avançadas”, afirmou Mantega. “A consolidação da recuperação (mundial) pode ser ameaçada pela pressa na retirada dos estímulos”, insistiu.

Ainda que existam divergências em relação a alguns assuntos, como o timing da retirada dos estímulos às economias e a adoção de ajustes fiscais, Mantega acredita este encontro do G-20 poderá chegar a um consenso, sendo mais bem-sucedido do que o realizado em Busan, na Coreia do Sul, no início do mês. Mantega se reuniu hoje com empresários, paralelamente ao encontro do G-20.

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