Milhares de manifestantes encerraram neste sábado o cerco à sede da polícia de Hong Kong, realizado ao longo da madrugada. Desde o início do mês, opositores protestam contra uma proposta de lei de extradição permitindo que pessoas da cidade sejam enviadas à China para julgamento. O plano é visto como uma última tentativa de líderes chineses de impor regras autoritárias à antiga colônia britânica, contrariando direitos garantidos até 2047 por um acordo constitucional.

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Os manifestantes, muitos deles jovens e estudantes, exigiam na sexta-feira à noite que a polícia assumisse a responsabilidade pelo uso de gás lacrimogêneo e projéteis para dispersar opositores durante um dos protestos na semana passada. A manifestação desta sexta paralisou o tráfego em partes da cidade; algumas estradas foram bloqueadas e prédios do governo de Hong Kong, ocupados. O governo local fechou seus escritórios por precaução.

Na tentativa de restaurar a estabilidade, a presidente executiva de Hong Kong, Carrie Lam, desculpou-se duas vezes pelo tratamento dado ao tema da extradição e disse que o projeto seria suspenso indefinidamente. O presidente do Legislativo da cidade também afirmou que o debate seria adiado.

Algumas empresas receberam bem as concessões do governo, mas parte dos grupos de oposição não ficaram satisfeitos. Nas manifestações desta sexta-feira, eles exigiram que a lei fosse totalmente revogada, que Lam renuncie e que a polícia seja responsabilizada pela dispersão forçada de manifestantes que bloquearam as estradas em torno da sede do governo no dia 12 de junho.

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As manifestações devem ter continuidade na próxima semana. Ontem à noite, organizadores convocaram novos protestos para a quarta-feira (26), antes da reunião da cúpula do G-20 no Japão, quando o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deve se encontrar com o presidente da China, Xi Jinping. Fonte: Dow Jones Newswires.