Manifestantes egípcios enfrentam polícia antes de ato da oposição

Manifestantes radicais entraram em confronto com a polícia hoje na praça Tahrir, no Cairo, capital do Egito. A confusão aconteceu pouco antes de um ato da oposição do país contra os decretos que aumentam os poderes do presidente Mohammed Mursi.

O enfrentamento aconteceu em frente à embaixada dos Estados Unidos, em uma rua próxima à Tahrir. Agentes que tomavam conta da embaixada responderam com gás lacrimogêneo a um grupo de manifestantes que lançavam pedras. Não há informações de feridos.

Enquanto ocorria o confronto na embaixada, militantes da oposição se concentravam na praça, trazendo faixas contra os decretos de Mursi, que impedem a dissolução do Parlamento pela Justiça e retomam os processos contra os membros do regime de Hosni Mubarak.

Nas mensagens, os opositores acusam o presidente de incitar a desobediência civil e a Irmandade Muçulmana, grupo ao qual pertence Mursi, de roubar a revolução que derrubou Mubarak em janeiro de 2011.

Os protestos deverão começar às 17h locais (13h em Brasília), saindo de bairros da região central do Cairo e terminarão na praça Tahrir. Dentre os participantes, estarão o ganhador do Prêmio Nobel da Paz, Mohammed el Baradei, e Hamdin Sabahi, terceiro colocado na eleição presidencial de maio.

As exigências são a anulação dos decretos, a reforma da Assembleia Constituinte e um julgamento justo aos responsáveis pelas mortes dos manifestantes da revolta que provocou a queda de Mubarak.

Os opositores querem também a demissão do ministro do Interior, Ahmed Gamal el Din, considerado responsável pelos confrontos de manifestantes com a polícia na semana passada no centro do Cairo.

O ato não terá mais a concorrência de um ato da Irmandade Muçulmana a favor de Mursi. O protesto, também programado para esta terça, foi cancelado pelo grupo ontem.