Pessoas detidas durante confrontos ocorridos no dia 5 de dezembro entre apoiadores do presidente Mohamed Mursi e opositores acusam a Irmandade Muçulmana de torturá-las.

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Segundo os opositores, os confrontos eclodiram quando partidários de Mursi atacaram manifestantes nos arredores do palácio presidencial. Os homens ligados ao presidente teriam retirado tendas e agredido os manifestantes, inclusive mulheres.

Os confrontos ocorreram dias após um decreto emitido por Mursi garantir ao presidente poderes extraordinários. Está marcada para o próximo sábado a declaração do resultado do referendo sobre a nova Constituição.

Durante o confronto no início desse mês, membros da Irmandade Muçulmana teriam capturado e detido opositores ao regime por horas. Segundo testemunhas, os manifestantes foram espancados em frente às forças de segurança do palácio, que não intervieram nas agressões.

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Ola Shahba disse que foi mantida presa por horas dentro de uma guarita da guarda republicana, do lado de fora do palácio. “Eles me pegaram e procuraram uma cruz no meu pulso, pensando que eu era cristã. Fui espancada e detida. Policiais supervisionaram a detenção e um guarda brincou perguntando qual deles iria me violentar. Eles insistiram que eu era paga para estar lá e me perguntaram em qual embaixada eu fui para receber recursos”, disse.

O ex-diplomata Yehia Negm disse que também foi detido e interrogado sobre o recebimento de dinheiro por parte de embaixadas. Segundo Negm, líderes da Irmandade Muçulmana estavam presentes.

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A Irmandade Muçulmana negou todas as acusações de disparar contra manifestantes. Em comunicado divulgado um dia depois dos confrontos, o governo acusou os manifestantes de conspiração.

“A armação culminou com uma tentativa de invadir o palácio presidencial para derrubar o regime e expulsar o legítimo chefe do Estado, mas foi abortada quando apoiadores de Mursi sacrificaram suas vidas e derramaram seu sangue para proteger a legitimidade da revolução e da vontade popular.”

O comunicado ainda oferecia condolências às famílias dos “nossos mártires”.