Lula envia Amorim à Síria para negociações de paz

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva enviou à Síria, hoje, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim. Antes de embarcar, o chanceler indicou que sua missão seria envolver Damasco nas negociações de paz entre Israel e os palestinos. Nessa perspectiva brasileira, a disposição do governo sírio de retomar as discussões sobre a devolução das Colinas de Golán teria uma influência importante no processo de paz entre israelenses e palestinos.

“A nossa mensagem é que a Síria é importante para o processo de paz no Oriente Médio porque Golán faz parte disso. Seria importante retomar as conversas entre a Síria e Israel para encaminhar bem a solução do conflito entre Israel e os palestinos”, explicou.

O ministro insistiu que o Brasil e outros países podem trazer um “novo olhar” para o conflito, em contraposição à “visão tradicional que existe, vai continuar a existir e a quem ninguém quer substituir”. A declaração é uma clara referência aos Estados Unidos e à União Europeia (UE).

Questionado se essa nova movimentação havia sido antes informada ao governo norte-americano, que é o único mediador formal entre israelenses e palestinos, Amorim afirmou que não. “Conversamos com eles (os norte-americanos) e também com a Turquia. Mas não como um pedido ‘dá licença, mamãe'”, disse.

Diálogo

Questionado sobre a decisão de enviar Amorim a Damasco, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva insinuou que o Brasil está avançando nessa questão, beneficiado pelo vácuo de diálogo entre o EUA e a UE com a Síria e pela ineficácia da Organização das Nações Unidas (ONU). Acrescentou que poderá fazer o mesmo com o Irã.

Para o presidente, todos os países envolvidos no conflito entre israelenses e palestinos têm de ser trazidos à mesa de negociação, mesmo que essa tarefa seja de difícil realização. Argumentou que, quando havia greve no Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo, considerava como o “pior erro” a proposta de não conversar com os patrões. “Se a mesa de negociações voltar a ser uma mesmice, o resultado vai ser uma mesmice”, afirmou.

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