Lobo denuncia tentativas de novo golpe em Honduras

O presidente de Honduras, Porfirio Lobo, afirmou hoje que existem tentativas de derrubá-lo. Em comunicado, Lobo advertiu supostos conspiradores e disse estar informado sobre a atuação deles.

“Querem me afetar, mas vão se complicar porque jamais se deve esquecer que para toda ação há uma reação”, afirmou ele, em comunicado oficial. “Eu digo a eles que tenho todos localizados, sei quem são, tenho a informação e se equivocaram sobre mim”, acrescentou Lobo.

O presidente não deu mais detalhes sobre as supostas tentativas de golpe. Já a emissora local Rádio HRN afirmou que três líderes do governista Partido Nacional estariam tramando contra Lobo. A emissora não citou nomes.

“Estou sumamente surpreso por essas declarações (de Lobo). Se alguém quer dar um golpe de Estado é porque tem armas sob seu controle…e isso não é possível”, disse o líder do partido União Cívica Democrática (UCD), Federico Alvarez. “São declarações gravíssimas porque vêm de um presidente no exercício do cargo”, afirmou.

A UCD apoiou com marchas nas ruas e mobilizações populares o governo de facto de sete meses liderado pelo liberal Roberto Micheletti após a deposição do presidente Manuel Zelaya em junho de 2009. A entidade é formada por mais de 20 organizações de profissionais e empresários.

OEA

Desde janeiro, Zelaya está asilado na República Dominicana. Após a queda de Zelaya, a Organização dos Estados Americanos (OEA) expulsou Honduras da entidade e alguns países como Argentina, Equador, Bolívia, Nicarágua e Venezuela ainda resistem em reconhecer o governo de Lobo.

Em sua Assembleia Geral realizada em Lima, a OEA decidiu enviar em 25 de junho uma missão a Tegucigalpa para analisar a situação em Honduras, o que abriria o caminho para que o país possa ser reintegrado à entidade. Lobo venceu as eleições gerais de novembro de 2009 e assumiu o cargo em janeiro para um mandato de quatro anos.

Os militares depuseram pelas armas três presidentes eleitos entre 1963 e 1972. Após quase duas décadas de regime militar, porém, promoveram a abertura institucional que permitiu que em 1982 um novo governo civil assumisse o comando do país da América Central.

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