O presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, insistiu hoje que apresentará no próximo dia 29 à ONU o pedido de reconhecimento de Estado não membro para a Palestina e que, uma vez feito isso, está disposto a retomar as negociações de paz com Israel. O projeto é criticado tanto por Israel quanto pelo principal mediador da paz, os EUA.

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“A maioria dos votos necessários [para o reconhecimento] estará do nosso lado”, disse, em visita ao Cairo. “Se for possível iniciar as negociações no dia seguinte, então, estamos prontos pra isso.”

O governo de Barack Obama defende que o reconhecimento de um Estado palestino precisa estar atrelado à paz.Os EUA podem barrar o reconhecimento completo da Palestina como membro da ONU (Organização das Nações Unidas) por ter direito a veto no Conselho de Segurança, mas não podem impedir que a Assembleia Geral do órgão a conceda status de observador não membro.

Caso seja bem-sucedida, a manobra representará um reconhecimento implícito do Estado palestino e poderá lhe assegurar acesso a outros órgãos internacionais, como o TPI (Tribunal Penal Internacional), baseado em Haia. É dado como certo que, se chegar à Assembleia Geral, a proposta deve receber a maioria dos 193 votos possíveis.
“Nós não queremos confrontar ninguém, nem os EUA nem Israel nem mais ninguém”, disse Abbas.

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Os palestinos afirmam querer “salvar a solução de dois Estados”. Eles pedem a reativação das negociações de paz, interrompidas há mais de dois anos, o fim da colonização israelense e o reconhecimento das fronteiras de junho de 1967 como referência nas discussões.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, rejeita as reivindicações e diz querer negociações “sem condições prévias”, com objetivo de reconhecer Israel como “Estado do povo judeu” e de manter sob controle de uma parte do futuro Estado palestino, exigências rejeitadas pelos palestinos.

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