O governo da Líbia pediu hoje à Rússia que convoque uma reunião urgente do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre “a tentativa de ataque” ao líder Muamar Kadafi e o bombardeio a “locais civis”, informou a televisão estatal.

continua após a publicidade

“A Líbia pediu oficialmente à Rússia hoje que solicite a convocação de uma reunião urgente do Conselho de Segurança para discutir a persistente cruzada colonialista agressiva contra instalações líbias civis e a tentativa de atacar o líder, Muamar Kadafi”, disse a emissora.

Os bombardeios são contrários às resoluções 1970 e 1973 do Conselho de Segurança da ONU e “são uma violação à lei e às convenções internacionais”, afirmou o canal estatal. O governo de Trípoli disse que o ataque que destruiu o escritório de Kadafi na noite de domingo foi uma “tentativa de assassinato” do líder líbio.

Nas últimas semanas Moscou tem criticado a coalizão internacional por causa dos ataques aéreos contra a Líbia, afirmando que eles vão além do mandato concedido pela ONU. “Estamos falando de uma zona de exclusão aérea. Tudo bem. Mas onde é a zona de exclusão aérea se a cada noite eles estão bombardeando os palácios onde Kadafi mora?”, questionou o primeiro-ministro da Rússia Vladimir Putin, durante uma visita à Dinamarca. “Eles dizem ‘não, nós não queremos destruí-lo’. Então por que bombardear os palácios? É assim que eles expulsam os ratos?”.

continua após a publicidade

A Rússia, membro com direto a veto do Conselho de Segurança, se absteve de votar a resolução 1973, que permitiu o início da campanha de ataques aéreos no território líbio. A resolução não permite que a coalizão envie tropas por terra para a Líbia.

O comandante da operação da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), o tenente-general Charles Bouchard, disse hoje que o ataque ao complexo presidencial em Trípoli tinha como alvo um centro de comando militar e negou que tenha sido uma tentativa de matar Kadafi.

continua após a publicidade

Putin acusou os países que fazem parte da operação da Otan de se desviarem do mandato concedido pela ONU para estabelecer uma zona de exclusão aérea e proteger civis. “Agora, vários oficiais estão dizendo ‘sim, estamos tentando destruir Kadafi’. Mas quem deu permissão para isso? Houve um julgamento? Quem deu o direito de sentenciar alguém à morte, independentemente do tipo de pessoa que ele é?”, questionou o primeiro-ministro da Rússia. As informações são da Associated Press e da Dow Jones.