O ex-presidente argentino Néstor Kirchner organiza um ato público na Praça de Maio, na próxima quarta-feira (18), em apoio à sua esposa, a presidente Cristina Kirchner. É a segunda vez em menos de uma semana que Kirchner sairá em defesa de Cristina na Praça de Maio. A convocação é para medir forças com o setor agropecuário, que já havia convocado uma mobilização nacional para o mesmo dia, quando os produtores vão decidir se prolongam o locaute de grãos para exportação, iniciado no domingo (15).
No último sábado (14), depois de passar sete horas detido pela polícia que reprimiu os bloqueios de rodovias no interior do país, o líder ruralista Alfredo De Angeli foi liberado e recebido pelos produtores e simpatizantes do agronegócio como um verdadeiro herói. Na Praça de Maio, em Buenos Aires, havia panelaços da classe média para pedir a liberdade do líder ruralista. Os que apoiavam o campo foram expulsos pela tropa de choque do governo formada pelos piqueteiros que recebem subsídios oficiais, liderados por Luis Delia.
A população argentina está refém do conflito que não dá sinais de afrouxar. O ato oficial da quarta-feira, segundo Delia, homem tido como fiel servidor de Kirchner, é para "defender o governo legítimo e constitucional de Cristina contra os golpistas que querem derrubar a presidente pensando que ela é Fernando De la Rúa". A referência diz respeito a 2001, quando o então presidente De la Rúa, por falta de reação diante da crise econômica e institucional que se instalava no país, teve de renunciar ao som dos panelaços da classe média.