Khodorkovsky sai da cadeia após perdão de Putin

O magnata russo Mikhail Khodorkovsky foi libertado da prisão após o perdão do presidente Vladimir Putin, informou a porta-voz do empresário à Associated Press nesta sexta-feira. Olga Pispanen disse que o chefe da prisão confirmou a saída de Khodorkovsky, mas não forneceu mais detalhes.

Khodorkovsky passou dez anos na prisão por acusações de evasão fiscal e desfalque. Sua prisão, em 2003, e o subsequente processo que o levou à cadeia é considerado por muitos uma retaliação de Putin por causa das ambições políticas do empresário.

O presidente russo falou pela primeira vez sobre o perdão durante uma coletiva de imprensa na quinta-feira, afirmando que Khodorkovsky havia pedido perdão porque a saúde de sua mãe está se deteriorando. O site do Kremlin publicou o decreto na manhã desta sexta-feira, afirmando que Putin foi “guiado pelos princípios da humanidade” ao decidir perdoar Khodorkovsky.

A medida, juntamente com a anistia concedida a duas integrantes da banda punk Pussy Riot e aos 30 tripulantes de um navio do Greenpeace que fez um protesto no Ártico, parece ter como objetivo aliviar as críticas internacionais ao histórico de direitos humanos da Rússia, antes dos Jogos Olímpicos de Inverno, que acontecem em fevereiro na cidade de Sochi.

Khodorkovsky foi o homem mais rico da Rússia e era executivo-chefe da maior empresa de petróleo do país quando foi detido na pista de um aeroporto na Sibéria, sob acusação de evasão fiscal. Críticos consideram as acusações contra o empresário como uma vingança por ele ter desafiado o poder de Putin.

Durante o primeiro mandato de Putin como presidente, Khodorkovsky irritou o Kremlin ao patrocinar partidos de oposição e por ter demonstrado ambições políticas pessoais.

As atitudes de Khodorkovsky foram um desafio a um pacto não escrito entre Putin e um estreito círculo de

magnatas bilionários, chamado de “oligarcas”, segundo o qual o governo não revisaria os processos de privatização que os tornaram muito ricos, contanto que eles não desafiassem seu poder.

A petrolífera de Khodorkovsky, a Yukos, foi vendia. A maior parte foi para a estatal Rosneft, o que permitiu ao Kremlin reafirmar o controle sobre o setor petrolífero do país e, ao mesmo tempo, sufocar uma voz inconveniente. Fonte: Associated Press.

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