O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, excedeu sua autoridade quando reverteu as proibições de perfuração de petróleo offshore na região do Ártico, disse a juíza federal Sharon Gleason em uma decisão que restaurou as restrições ambientais da era Obama e derrubou a ordem executiva do republicano.

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No entendimento de Gleason, juíza pelo Alasca, os presidentes americanos têm o poder de editar ordens executivas definindo ou não áreas ambientais, mas não podem revogar decisões anteriores.

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“A redação da ordem executiva do presidente Barack Obama indica que ele pretendia que elas se estendessem indefinidamente e que, portanto, fossem revogáveis apenas por um ato do Congresso”, disse Gleason, que foi nomeada ao cargo por Barack Obama.

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O porta-voz do Departamento de Justiça, Jeremy Edwards, recusou-se a comentar o caso neste sábado.

O Instituto Americano de Petróleo (API, na sigla em inglês), um réu no caso, discordou da decisão. “Além de trazer suprimentos de energia a preços acessíveis para os consumidores nas próximas décadas, o desenvolvimento de nossos abundantes recursos em alto mar pode fornecer bilhões em receita ao governo, criar milhares de empregos e também fortalecer nossa segurança nacional”, afirmou a instituição, em um comunicado.

Erik Grafe, um advogado da ONG Earthjustice, saudou a decisão, dizendo que “mostra que o presidente não pode simplesmente atropelar a Constituição para fazer a oferta de seus companheiros na indústria de combustíveis fósseis em detrimento de nossos oceanos, vida selvagem e clima”.

A Earthjustice representou numerosos grupos ambientais que processaram a administração Trump pela ordem executiva de abril de 2017, revertendo as proibições de perfuração. Em questão, no caso, estava a Lei das Terras Offshore de Plataforma Continental.

Em 2015, Obama suspendeu a exploração nas áreas costeiras dos mares de Beaufort e Chukchi, uma área importante para as morsas. No final de 2016, a região em que a exploração não era permitida foi expandida.

As proibições foram destinadas a proteger os ursos polares, morsas, focas e vilas nativas do Alasca que dependem dos recursos naturais. Fonte: Associated Press.