Brasília – A Corte de Apelação do Principado de Mônaco adiou novamente a audiência que trataria do processo de extradição do ex-banqueiro Salvatore Cacciola, preso desde o dia 15 de setembro do ano passado. O italiano naturalizado brasileiro deveria ser julgado nesta quinta-feira (31).

continua após a publicidade

A audiência já havia sido remarcada em dezembro do ano passado, quando a defesa de Cacciola alegou erros na tradução dos documentos entregues para análise. Na época, a Corte indicou dois peritos para traduzir novamente o material, que foi entregue apenas na última terça-feira (29), com cerca de 553 páginas a serem traduzidas.

A assessoria do Ministério da Justiça informou que o processo foi transferido para o dia 19 de fevereiro, quando se realizará apenas a audiência, e não o julgamento de Cacciola. Na data prevista, serão entregues os dossiês da acusação e da defesa, mas a previsão do ministério é de que o veredicto seja concedido dois dias depois.

Diante do adiamento, o advogado do ex-banqueiro chegou a entrar com pedido de habeas corpus que, segundo a assessoria, foi negado pela Corte de Apelação.

continua após a publicidade

Salvatore Cacciola estava foragido do Brasil desde 2000, depois de condenado a 13 anos de prisão pelos crimes de peculato e gestão fraudulenta no Banco Marka, que provocou um rombo de mais de R$ 1,5 bilhão aos cofres públicos do país.

Ele chegou a ficar preso por 45 dias, mas foi libertado após ter autorizado seu pedido de habeas corpus pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello. Cacciola usou a dupla cidadania para fugir para a Itália, onde se encontrava foragido até ser detido, em Mônaco, pela Interpol.

continua após a publicidade

O Brasil aguarda a decisão e a homologação do processo pela Corte italiana. Caso o resultado seja favorável à extradição, o ex-banqueiro deve cumprir o restante da pena no Brasil.