Israel está suspendendo a transferência de recursos derivados de arrecadação de impostos e de custos alfandegários para a Autoridade Palestina (AP) até que tenha certeza de que o dinheiro não chegará ao Hamas, disse hoje o ministro das Finanças de Israel, Yuval Steinitz.

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Steinitz afirmou ter ordenado o adiamento do encontro regular com a AP para discutir a transferência de fundos diante do acordo de união entre Fatah e o movimento islâmico Hamas. “O presidente palestino Abu Mazen (Mahmud Abbas) e o (primeiro-ministro) Salam Fayyad devem provar que estes recursos não irão para um fundo comum do governo que desejam formar com o Hamas”, afirmou Steinitz, a uma rádio militar. “Não há dúvida para nós que um fundo comum financiaria atividades terroristas do Hamas, e nós queremos que seja estabelecido dois fundos separados”, disse.

O encontro adiado do domingo culminaria na transferência de cerca de 300 milhões de shekels, aproximadamente US$ 89 milhões, à Autoridade Palestina, segundo o diário israelense Yediot Aharonot.

O ministro da Economia da Palestina, Hassan Abu Lebda, criticou a decisão de Steinitz e advertiu que Israel estaria violando um acordo internacional se não transferir os fundos. “Estes recursos são direito do povo palestino”, disse à AFP, citado pela Dow Jones. “Qualquer atraso na transferência de fundos é uma violação dos direitos palestinos e séria violação dos acordos atuais, e Israel guarda responsabilidade total pelas consequências desta ameaça”.

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O movimento Fatah de Abbas, que domina a Autoridade Palestina, concordou com um acordo de reconciliação com o rival Hamas no início desta semana. O acordo prevê que um governo interino independente iria governar por um ano até que eleições presidenciais e legislativas possam ocorrer.

Israel arrecada imposto para os palestinos na passagem da fronteira e dos portos para então fazer a transferência de fundos para a Autoridade Palestina sob um acordo econômico, firmado em Oslo. As informações são da Dow Jones e da Associated Press.

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