O Ministério das Relações Exteriores de Israel disse hoje que um homem detido no Egito sob acusações de espionagem não é um espião. Foi o primeiro comentário oficial de Israel sobre o caso de Ilan Grapel, de 27 anos. Ele nasceu nos Estados Unidos, mas sua família tem raízes israelenses e ele possui dupla cidadania. Como muitos israelenses, prestou serviço militar compulsório e participou da invasão do sul do Líbano em 2006, onde foi ferido durante a guerra contra o Hezbollah.

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O governo do Egito disse que Grapel chegou ao Cairo em meados de janeiro, logo antes dos protestos que levaram ao fim do regime de Hosni Mubarak. O governo egípcio acusa Grapel de incitar a sedição, espalhar boatos e tentar provocar dissensões entre os manifestantes e a junta militar que agora governa o país.

A detenção de Grapel, no domingo passado, espalhou o temor em Israel de que as relações com o Egito irão se deteriorar agora que Mubarak não governa mais o país. Desde a derrubada do ditador, a junta militar do Egito tem feito alertas contra tentativas “estrangeiras” de desestabilizar o país. Embora o Egito seja um dos dois países árabes que possui tratado formal de paz com Israel (o outro é a Jordânia), assinado em 1979, ambos os lados já disputaram várias guerras.

Grapel aparentemente viajou sob seu nome verdadeiro e não fez segredo sobre suas origens israelenses. Seu passado militar em Israel também é fácil de ser encontrado na internet, o que tornaria questionável que ele seja um agente da espionagem israelense. A mãe de Grapel e um colega estudante dizem que ele chegou ao Egito em maio. Familiares e amigos negaram que Grapel, um estudante de direito na Universidade de Atlanta (nos Estados Unidos), seja um espião.

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Jornais egípcios publicaram hoje várias reportagens sobre Grapel, com fotos do israelense em frente às pirâmides, em uma praça do Cairo que foi epicentro da revolta que derrubou Mubarak e com o uniforme militar de Israel. As informações são da Associated Press.