Resultados parciais da eleição presidencial no Egito indicavam nesta sexta-feira a realização de um segundo turno entre o candidato da Irmandade Muçulmana, Mohammed Mursi, e o ex-primeiro-ministro do presidente deposto Hosni Mubarak, Ahmed Shafiq, segundo dados do grupo islamita.

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“Haverá um segundo turno entre Mohammed Mursi e Ahmed Shafiq,” diz a Irmandade em seu site, afirmando que 90% dos votos já foram contados em todo o país. O segundo turno está marcado para os dias 16 e 17 de junho.

Cinquenta mil eleitores estavam capacitados para votar nos 12 candidatos presidenciais inscritos. Segundo a comissão eleitoral, 50% desses eleitores compareceram às urnas na quarta e quinta-feira.

O segundo turno será realizado apenas duas semanas antes do prazo estabelecido pelo governo militar interino para a transferência de poder para um governo civil. A segunda fase da eleição presidencial vai representar um grande teste para a emergente democracia do Egito. O resultado vai mostrar se a revolução ocorrida no ano passado se transformou num golpe de Estado islâmico ou num mero levante cujos resultados foram frustrados por membros do antigo regime.

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Os dois candidatos que devem seguir para a etapa final da eleição representam ideologias políticas opostas, que têm o apoio de poderosas máquinas políticas. Mas a corrida também deve deixar de lado parcelas da população egípcia que não se identificam nem com os islamitas conservadores nem com o antigo regime.

“O resultado é indefinido, porque muitas pessoas não irão às urnas”, disse Hani Shukrallah, analista político e editor do site de notícias estatal Al Ahram Online.

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Shafiq, ex-general da Força Aérea e último primeiro-ministro de Mubarak antes de sua queda em fevereiro do ano passado, fez uma campanha cara, que apresentou indícios de ter o apoio oficial do governo militar e da mídia estatal. Ele se recusou a pedir desculpas por uma entrevista concedida em 2010 na qual descreveu Mubarak como um modelo a ser seguido. Alguns eleitores jogaram pedras e sapatos quando ele foi votar, na quarta-feira.

Já a campanha de Morsi deixou clara a extraordinária capacidade da Irmandade de mobilizar suas fileiras. Há apenas duas semanas, Morsi sequer figurava entre os quatro principais candidatos. As informações são da Dow Jones.