Iraque está preparado para saída dos EUA, diz premier

O primeiro-ministro do Iraque, Nouri al-Maliki, afirmou que as forças de segurança do país foram testadas e mostraram que estão preparadas para assumir o controle do território após a saída das tropas norte-americanas. Em comunicado, Al-Maliki disse também que, em um telefonema, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, concordou com a necessidade de fornecer ao Iraque mais equipamentos militares e armas para a luta contra os insurgentes e as ameaças externas.

Ontem, Obama informou que vai encerrar as operações de combate no Iraque em agosto de 2010, mas deixará cerca de 50 mil soldados no país para mais um ano e meio de apoio às tropas iraquianas e a missões contra o terrorismo.

Al-Maliki afirmou que a missão dos EUA no Iraque “vai mudar completamente” até o fim de agosto de 2010 e que os iraquianos estarão preparados. “Os sistemas de segurança e militar do Iraque provaram, por meio de testes, sua capacidade de estabelecer segurança em todas as províncias, o que os qualifica para assumirem o controle total das responsabilidades sobre segurança”, disse o primeiro-ministro.

No entanto, algumas autoridades iraquianas não ficaram satisfeitas com as notícias. O clérigo xiita Muqtada al-Sadr se decepcionou com a permanência de 50 mil soldados dos EUA no país. “Esse assunto será perigoso, já que a ocupação e o controle do território iraquiano e da soberania do país vão permanecer”, disse o legislador Nasser al-Issawi, seguidor de al-Sadr. “Nós acreditamos que a saída das tropas dos EUA deve ocorrer como uma decisão puramente iraquiana e não como uma boa ação da Casa Branca”, afirmou.

Já o estadista sunita Adnan Pachachi disse que sua principal preocupação é a necessidade de garantir que as predominantemente xiitas forças de segurança do Iraque poderão proteger todo o país. “Acho que vamos precisar de assistência dos EUA no futuro próximo para ajudar o Iraque a combater qualquer ameaça externa”, afirmou. “Nós próximos um ou dois anos vamos precisar organizar forças de segurança não sectárias, cuja lealdade seja inteiramente dedicada ao Estado.”