Iraque está determinado a retomar Mosul, diz governador

As autoridades iraquianas estão determinadas a retomar a cidade de Mosul, norte do país, depois de a maior parte de seu território ter sido capturada por militantes do Estado Islâmico do Iraque e do Levante, grupo inspirado pela Al-Qaeda, afirmou o governador da província de Ninevah, Atheel al-Nujaifi, nesta quarta-feira depois de ter, ele mesmo, fugido do local.

“Mosul tem capacidade de voltar a se equilibrar e se livrar de todos os intrusos…e temos um plano para restaurar a segurança”, declarou al-Nujaifi.

A impressionante tomada da cidade começou na noite de sábado. Insurgentes agitando bandeiras negras invadiram prédios do governo, expulsando as forças de segurança e tomando veículos militares, enquanto milhares de pessoas fugiam da segunda maior cidade do Iraque.

Não havia estimativas sobre quantas pessoas foram mortas no ataque, mas a ação dos militantes expulsou cerca de 500 mil pessoas da cidade, de acordo com estimativas da Organização Internacional para Migração. Sites internacionais indicam que a maioria dos moradores se dirige para a região do Curdistão, que provavelmente não está preparada para este grande fluxo de pessoas.

Nesta quarta-feira, vários moradores de Mosul disseram que homens armados estavam batendo em suas portas tentando assegurar a eles que não seriam feridos e pedindo aos funcionários públicos que voltassem para o trabalho. A situação parecia calma, mas havia tensão no ar, informaram os moradores, que falaram em condição de anonimato, temendo pela própria segurança.

Ali Sameer, de 34 anos, disse que na parte leste da cidade as mesquitas de seu bairro convocavam as pessoas a voltarem ao trabalho, principalmente os funcionários públicos.

A queda de Mosul representa uma pesada derrota para o primeiro-ministro Nouri al-Maliki em meio ao crescente crescimento das ações do grupo insurgente Estado Islâmico do Iraque e do Levante.

O grupo registra avanços tanto no Iraque quanto na vizinha Síria, tomando territórios numa campanha para estabelecer um enclave militante que abrange a fronteira entre os dois países.

Na terça-feira, Al-Maliki pressionou o Parlamento a declarar estado de emergência por causa do ataque a Mosul. Especialistas em legislação disseram que esses poderes podem incluir a imposição de toques de recolher, restrição à movimentação de pessoas e a censura aos meios de comunicação. A televisão estatal disse que os deputados devem se reunir já na quinta-feira para discutir a questão.

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