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“Irã precisa decidir se é uma nação ou uma revolução”, diz ministro

A Arábia Saudita acusou o Irã de não agir como uma nação, e disse que está considerando novas medidas contra o seu rival regional, enquanto as tensões entre os dois países se agravaram ainda mais após a execução de um clérigo xiita dissidente pelo reino saudita, na semana passada.

“O Irã tem que tomar uma decisão se é uma nação ou uma revolução. Se é uma nação, ele deve agir como tal”, disse neste sábado o chanceler saudita, Adel al-Jubeir, após uma reunião de emergência em Riad com os seus aliados árabes do Golfo Pérsico para discutir a crise com o Irã. “O sectarismo não tinha força na região antes da revolução iraniana”.

“Nós estudamos medidas adicionais a serem tomadas contra o Irã, se o país continuar com suas políticas atuais”, completou o ministro saudita. Os ministros das Relações Exteriores do Conselho de Cooperação do Golfo – um bloco de seis países que inclui a Arábia Saudita, os Emirados Árabes Unidos, Qatar, Kuwait, Bahrein e Omã – se reuniram hoje em meio a preocupações de que a disputa entre a Arábia Saudita sunita e o Irã xiita pode levar a sérias repercussões para outros conflitos na região.

Os países do CCG, em uma declaração conjunta, pediram ao Irã que “respeite o princípio da boa vizinhança em palavras e ações” e “pare as atividades que causam instabilidade na região.” A Arábia Saudita e o Irã travam uma batalha por maior influência no Oriente Médio, principalmente em linhas sectárias.

A escalada das tensões poderia complicar os esforços de paz no Iêmen, onde a Arábia Saudita está liderando uma coalizão de países árabes sunitas contra os rebeldes Houthi, que recebem apoio do Irã. Além disso, o Irã é o mais importante apoiador do presidente sírio, Bashar al-Assad, enquanto a Arábia Saudita está comprometida com a sua remoção.

O ministro saudita al-Jubeir disse que o reino continua comprometido com o processo de paz tanto no Iêmen quanto na Síria, reiterando a posição da Arábia Saudita de que Assad não pode ser parte do futuro na Síria. “A crise com o Irã não muda nossa posição”, disse ele.

A execução de Nemer al-Nemer pelo governo saudita desencadeou a raiva em todo o mundo muçulmano xiita, e provocou protestos em Teerã, Bagdá e Beirute. Uma semana atrás, manifestantes no Irã atacaram a embaixada da Arábia Saudita em Teerã, além do seu consulado na segunda maior cidade do Irã, Mashhad, levando a Arábia Saudita a cortar os laços diplomáticos com o país e retirar seu embaixador e toda a equipe da embaixada.

Autoridades iranianas não responderam imediatamente à declaração do GCC, embora tenham criticado a Arábia Saudita acentuadamente nos últimos dias. Fonte: Associated Press

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