O Irã negou hoje que esteja limpando a região da usina de Parchin para a visita dos inspetores da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA, vinculada à ONU), prevista para dezembro.
“A ideia de que seja possível limpar sinais de poluição não é aceitável do ponto de vista técnico. Não é possível limpar sinais de poluição nuclear”, afirmou o ministro de Relações Exteriores do país, Ali Akhbar Salehi, dizendo que as declarações não tinham base técnica.
Ontem, o diretor-geral da agência, Yukiya Amano, acusou o país de destruir provas de testes com explosões nucleares na base militar para poder autorizar a visita dos inspetores internacionais. Na ocasião, Amano não apresentou provas.
Salehi disse esperar que o encontro do mês que vem termine com uma “estrutura de cooperação” sobre a visita de inspetores à instalação militar e se mostrou otimista sobre as negociações.
“Estamos esperançosos com o passo positivo que o Irã tomou para resolver este problema”, afirmou o ministro, segundo a agência iraniana Students’ News.
Salehi não deu detalhes, mas o Irã disse anteriormente que um acordo deve ser estabelecido antes de qualquer visita a Parchin.
Pressão
Amano tem pressionado o Irã para conceder a seus inspetores acesso imediato a Parchin. Ele acusa Teerã de fazer explosões nucleares na área, o que o país nega.
A agência e o Irã deverão se reunir em 13 de dezembro, em mais um dos encontros entre as duas partes -o mais recente, em agosto, fracassou. Diplomatas ocidentais acusam Teerã de tentar ganhar tempo.
Teerã diz que seu programa atômico é pacífico, mas os países ocidentais acreditam que o governo iraniano visa o desenvolvimento de armas.