Irã executa dois acusados de envolvimento com protestos

O Irã enforcou hoje dois homens condenados por tentar derrubar o regime clerical do país, segundo o site da televisão estatal. Foram as primeiras execuções conhecidas de ativistas da oposição desde o início dos protestos, após contestadas eleições presidenciais em junho. O relato da imprensa estatal identificou os dois homens como Mohammad Reza Ali Zamani e Arash Rahmanipour e afirmou que eles foram condenados por tentar derrubar o “establishment islâmico” e fazer parte de grupos armados da oposição.

O Irã já julgou mais de cem ativistas e figuras políticas desde agosto. Segundo dados oficiais anteriormente divulgados, cinco ativistas foram condenados à pena de morte e mais de 80 a penas variando entre seis meses e 15 anos. Os relatos desta quinta-feira afirmam que outros nove iranianos foram condenados à morte nesses julgamentos e agora apelam das punições.

Algumas das nove sentenças de morte, segundo a TV estatal, estavam relacionadas aos violentos confrontos de 27 de dezembro. Pelo menos oito pessoas morreram nesse dia, em confrontos entre a polícia e manifestantes nas ruas. Foi o pior caso de violência desde que autoridades lançaram uma ofensiva contra a oposição, após as eleições presidenciais. Acredita-se que Zamani e Rahmanipour estavam entre os cinco sentenciados à morte em outubro. Eles foram enforcados após uma corte de apelações manter as penas.

A oposição afirma que o presidente Mahmoud Ahmadinejad venceu as eleições presidenciais de junho por meio de fraudes. Centenas de milhares de pessoas saíram às ruas do país desde então, em várias ocasiões, para apoiar o principal candidato da oposição, Mir Hossein Mousavi. Dezenas de manifestantes foram mortos durante os distúrbios e centenas foram presos desde junho.

A acusação de pertencer a grupos armados da oposição ao regime de Teerã é vista em geral como uma referência ao grupo Mujahedeen Khalq (MEK), bem como outras organizações leais à monarquia, derrubada em 1979 no país, na Revolução Islâmica. O Irã acusa esses grupos de envolvimento no assassinato de um físico iraniano neste mês.

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