As autoridades do Iêmen investigam uma possível relação do nigeriano Umar Faruk Abdulmutalab, que quase explodiu um avião comercial dos Estados Unidos semana passada, e a rede terrorista Al-Qaeda no período em que ele esteve no país.
Funcionários, professores e estudantes do Instituto da Língua Árabe na cidade de Sanaa, onde o nigeriano de 23 anos se inscreveu para estudar árabe, disseram que ele assistiu a aulas somente no mês do Ramadã, que começou no final de agosto, e permaneceu no país até o início de dezembro.
Segundo relatos de pessoas que conheceram Abdulmutalab na escola, ele não era um extremista declarado, embora mostrasse irritação com as ações israelenses contra palestinos em Gaza.
Após ser detido, Abdulmutalab declarou a autoridades norte-americanas que recebeu treinamento e instruções de agentes da Al-Qaeda no Iêmen. De acordo com autoridades iemenitas, o jovem nigeriano também teria morado no país de 2004 a 2005.
A possibilidade de que o suposto terrorista esteja envolvido com grupos de milícias acentuou as suspeitas sobre o país que se converteu em um pilar da Al-Qaeda recentemente.
A Al-Qaeda na Península Arábica, um grupo formado em janeiro quando militantes da Arábia Saudita e do Iêmen se uniram, assumiram na segunda-feira a responsabilidade pela tentativa de ataque contra o avião que aterrissou em Detroit.
Suspeitos
O Ministro de Comunicação do Iêmen, Hassan al-Lozy, declarou que em parte os Estados Unidos são culpados pelo país não ter identificado o nigeriano como suspeito de terrorismo. Hassan afirmou que Washington nunca dividiu a lista de suspeitos com o país. “Não recebemos qualquer indicação dos norte-americanos para colocarmos este homem numa lista”, disse al-Lozy. “Os Estados Unidos deveriam ter falado com ao Iêmen sobre este homem.”
Al-Lozy disse que Abdulmutallab recebeu um visto do Iêmen para estudar árabe depois que as autoridades se asseguraram que ele tinha “vários vistos de uma série de países que estão cooperando na luta contra o terrorismo”. Ele lembrou que Abdulmutallab tinha um visto norte-americano válido e que ele já havia visitado os Estados Unidos. “Nossas investigações analisam quem são as pessoas ou partidos com quem ele ser relacionou”, disse al-Lozy.
Ele também disse que Abdulmutallab frequentou uma mesquita na cidade velha, mas não disse que há ligações entre a Al-Qaeda e a mesquita. O ministro disse que o Iêmen está aumentam o controle de concessão de vistos para quem quer estudar no país após o caso de Abdulmutallab.


