Ativistas de direitos humanos encontraram equipamentos de tortura e outras evidências de abuso em prisões do governo na primeira cidade síria a cair nas mãos da oposição, informa um relatório do Human Rights Watch (HRW) divulgado nesta sexta-feira.

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Raqqa, no leste da Síria, foi tomada pelos rebeldes no final de fevereiro. O grupo facilitou o acesso da organização de direitos humanos às instalações que pertenciam à agência de segurança do governo e à inteligência militar no final de abril.

O HRW disse que encontrou provas físicas de que sírios foram torturados, dentre eles um artefato que ex-prisioneiros afirmaram ter sido usado para esticar ou dobrar braços e pernas das vítimas. Também foram encontrados documentos que indicam que os moradores de Raqqa foram detido por ações como manifestações ou ajuda aos feridos.

Grupos de direitos humanos e ativistas da oposição afirmam há tempos que civis têm sido arbitrariamente detidos e torturados desde o início do levante para derrubar o governo de Bashar Assad. Há também casos de desaparecimento.

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As descobertas do HRW parecem ser um dos maiores achados de provas físicas que reforçam essas acusações até agora.

“Os documentos, celas, salas de interrogatório e artefatos de tortura que vimos nas instalações de segurança do governo são consistentes com a tortura que ex-prisioneiros descreveram”, disse Nadim Houry, diretor adjunto do HRW para o Oriente Médio.

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O HRW vem documentando a ocorrência de abusos dos dois lados da guerra civil síria durante os 26 meses do conflito. O grupo afirma que os abusos cometidos pelo regime de Assad são muito mais cruéis, sistemáticos e generalizados e incluem ataques contra civis com o uso de armas de campo de batalha, como as bombas de fragmentação (ou bombas de cacho), proibidas na maior parte do mundo. Mas o HRW diz também que os abusos cometidos pelos rebeldes aumentaram em frequência e escala nos últimos meses. As informações são da Associated Press.